quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Há dias assim...

Aguardo com expectativa a minha vez para que uma médica da era Guerra Fria me traga boas novas. Em redor olho a azáfama silenciosa e de semblante carregado de qualquer vulto que por aqui transite. São às dezenas as pessoas que por aqui passam justificadas pelo receio de lhes ser dito que as suas entranhas estão a envelhecer. Terão as pessoas medo de estarem doentes ou apenas medo de envelhecerem? Nunca reflecti sobre isso. Tento não pensar. Apenas vim pois quero conhecer se padeço de algum mal que possa encurtar a minha presença junto de quem mais amo. Apenas venho porque quero prolongar a minha estadia nos corações de quem me toca; porque quero tocar os corações de quem está perto de mim, da minha alma.

Confesso que perco bastante tempo a observar as pessoas. É com agrado que verifico que as pessoas não são tão egoístas quanto por vezes pensamos. Prova disso são as urgências de um qualquer hospital. Mais, prova disso são as partidas e as chegadas de um aeroporto. Basta ver o semblante que os que ficam carregam e, à chegada dos que partem, o amor que quem ficou tem para lhes entregar numa bandeja.
Tenho no entanto um ou outro acto de egoísmo. Gosto por vezes de estar sozinho, na minha sala, a média luz, acompanhado por um copo de vinho e um cd de jazz. Não. Não tenho a mania que sou intelectual. Gosto apenas de observar a serenidade dos meus pensamentos calmos e repletos de cor ao som de jazz. No fundo, gosto de ocupar a minha mente com o silêncio pacífico que o jazz me obriga a alcançar, esboçando leves sorrisos pelo caminho.

Devem os leitores exclamar: este gajo é parvo!!! Sou um pouco, mas não é por isso que escrevo. Escrevo porque penso e penso porque existo. Esta última não é de minha autoria mas cabe perfeitamente no conceito que me assola quando me encontro no meu sofá, a média luz, com um copo de conteúdo rúbeo e prazeroso, e um álbum de Miles Davis (ou de Coltrane, sim...).
Na realidade, creio que não me importe de envelhecer desde que sempre rodeado por quem amo, acompanhado de um bom álbum de jazz, e um bom copo de vinho. Acho até que apenas me sujeito a esta espera infindável para poder ouvir que vou poder envelhecer, tal como planeio fazer...
A vida vive-se ao ritmo do bater de um coração apaixonado pela viagem da imaginação no quotidiano...

domingo, 8 de novembro de 2009

Uma questão de mentalidade

Li há pouco um artigo numa daquelas revistas semanais, cujo nome não revelo por não me ser paga a publicidade, podendo no entanto adiantar que a capa não é feita pela Lili Caneças, pela Bibá Pita, nem mesmo pelo Cláudio Ramos (pasmem-se os leitores...).
Do referido artigo constavam as seguintes informações:
- População: 2 milhões;
- Emissões de CO2 per capita: 7,47 toneladas;
- Consumo energético per capita:48,65 GJ (gigajoules);
- Percentagem de energia renovável consumida pela cidade: 9,69%;
- Percentagem de cidadãos que caminham até ao trabalho ou usa transportes públicos: 66%;
- Consumo anual de água per capita: 87,12 m3;
- Quota de lixo reciclado: 7,11%.
São estas as informações constantes que permitirão avaliar da atitude dos portugueses, em particular os de Lisboa, relativamente ao meio ambiente.
Transcrevo agora um parágrafo que refere que "a geografia da cidade, o clima e a actividade económica não compensam as pobres políticas de transportes, de qualidade do ar, de uso da água e do solo e de gestão dos resíduos urbanos".
E tanto assim é que, e no que concerne aos transportes públicos em particular, Lisboa é das capitais europeias cuja qualidade do ar é a pior, consequência do número excessivo de veículos particulares que diariamente poluem o ar na capital de Portugal.
Mas coloco agora a seguinte questão: já passou pela cabeça de dirigentes políticos, de altos cargos de empresas públicas e privadas, etc., questionarem-se do porquê de assim ser?
A verdade é que, efectivamente, as ligações existentes entre Lisboa (cidade) e os "subúrbios" é efectivamente precária.
Posso dar-vos como exemplo a minha família: não morava eu em Lisboa, e eu e toda a minha família (nuclear) entrávamos em Lisboa no nosso automóvel. Claro que o fazíamos todos no mesmo carro, mas fazíamo-lo. E, de facto, era mais rentável virmos todos no mesmo automóvel, do que pagar cada um Eur. 50,00 pelo passe mensal. É certo que se trata de um veículo que consumia muito pouco. Mas, não obstante, era mais rentável.
Posso dar-vos outro exemplo ainda mais gritante: tenho um amigo e colega, que, no início do estágio da Ordem dos Advogados, diariamente entrava em Lisboa de comboio, vindo da outra margem, sustentando um passe mensal pela módica quantia de ... adivinhem... Eur. 100,00...
Ora, como a maioria deve saber, o estágio da grande parte dos candidatos a advogados não é remunerado. Mas já nem vou por aí. Num país em que o ordenado mínimo ronda os Eur. 450,00, quer parecer que um passe mensal deste valor se torna consideravelmente elevado, tendo em conta, que é ainda necessário fazer face a tantas outras despesas obrigatórias.
Na realidade, considero que as linhas de transportes públicos devem ser melhorados. Mas considero também que tal não seja feito ao abrigo da ganância capitalista e tendencialmente desumanizada...
Pois, na verdade, todos sabemos que sempre que são melhoradas vias de comunicação, os preços que pagamos por serviços que são já elevados, ficam ainda mais caros.
Concordo que tenhamos de pagar pela inovação e melhoria de qualidade de vida. Não concordo que tal seja feito em prol de aumento de património pessoal de "certos e determinados" directores...
Mas enfim... Não podemos também culpar "os vampiros" por tudo de mau que acontece neste país. De facto, o nosso problema é um problema de mentalidade, aliás, como amplamente consta documentado. Mas apesar de todos nós sabermos isso, continuamos na mesma...
Há uns dias eu e a minha namorada apanhámos um táxi para regressar a casa. Taxista que se preze, percebe tudo sobre tudo. Perdidos entre conversas políticas e sociais, lá disse o taxista: "Eu acho bem que as pessoas que têm carro o tragam para Lisboa. O carro é meu, e eu faço o que eu quiser com ele...". Óbvio que momentos antes o motorista havia dito: temos de mudar as nossas mentalidades...
De facto, enquanto não estivermos dispostos a negar-nos certos luxos, o mais provável é os nossos netos e filhos destes não terem Planeta Terra para habitar. Nessa altura, espero ouvir o senhor motorista dizer: O filho é meu, e eu faço o que eu quiser com ele... Inclusivamente tirar-lhe a natureza e um planeta para habitar...
Lugares comuns à parte, temos mesmo de alterar mentalidades...

sábado, 7 de novembro de 2009

Os valor€s que nos movem...


Se porventura visitarem o meu perfil (não existindo qualquer fundamento válido para o fazerem) verificarão que sou advogado estagiário. Sim, é verdade. E tenho orgulho em sê-lo (apesar de preferir que o epíteto "estagiário" desaparecesse).
No escritório onde actualmente trabalho, os nossos constituintes são maioritariamente Bancos e Instituições Financeiras.
Assim que lá entrei, há sensivelmente dois anos, e após o período de formação, as minhas primeiras tarefas consistiram em intentar providências cautelares, as quais encontravam o seu fundamento no incumprimento de contratos de crédito celebrados para aquisição de veículos.
Bom, até aqui tudo bem. De facto, poucas pessoas existirão que tenham possibilidade de adquirir um automóvel sem recurso a crédito.
Mas infelizmente, acidentes acontecem: as pessoas perdem os seus empregos, há sempre alguém que adoece e o dinheiro é necessário para a cura... Enfim... Todos nós temos os nossos problemas.
Feita esta breve introdução ao assunto que hoje aqui me traz, cumpre realizar:
As providências cautelares que intentei visavam a recuperação de veículos, os quais, na sua grande maioria eram de grande cilindrada (e por grande cilindrada quero significar Porche Cayenne e afins).
Coloco agora uma questão: se as pessoas não têm dinheiro para pagar estes automóveis, porque é que os compram?
E agora, respondo: A crise de valores que hoje vivemos supera em larga escala a crise económica.
Ou, dito de outra forma, os valores que são incutidos e observados pela maioria das pessoas são fundamentalmente económicos, i. e., externos, vazios de sentido, em detrimento de valores daqueles que podem criar pessoas melhores.
De facto, é crescente o número de pessoas que cultiva a aparência, negligenciando o carácter, o civismo, o respeito pelo próximo, a justiça, enfim... valores que nos poderiam transformar a todos em pessoas melhores.
Aliás, cada vez mais, o mais importante na nossa sociedade é: o carro que conduzimos; o telemóvel que usamos; e a marca do fato que vestimos. Mas no entanto, a grande maioria das pessoas que cultivam estes "princípios", são incapazes de dizer um simples bom dia a um empregado de uma loja. Se quiserem analisar convenientemente esta questão, bastará darem um saltinho ao El Corte Inglês. Frequentes são as vezes que, enquanto estão a falar com um empregado, uma senhora coberta de ouro, interpela o mesmíssimo empregado, interrompendo-vos, e sem sequer lhe dizer bom dia ou até um obrigado. Eu percebo... Depois de duas horas a falar aos berros no meio do corte inglês naquele telefone de Eur. 1 500,00, que estará pago em 2012, torna-se complicado articular algumas palavras. Lamentavelmente, são sempre aquelas palavras que demonstram boa educação e respeito... Mas isso não interessa. Desde que se tenha um BMW adquirido a leasing, um telemóvel que demorará 7 anos a pagar e um vestido da Versace apertadíssimo, é uma pessoa de bem.
Lembrei-me agora de outra coisa que é importantíssima para se aferir do status de uma pessoa: cartão do corte inglês. Não me entendam mal. Não condeno quem o tem. Refiro-me apenas àquelas pessoas que o utilizam abusivamente para compras supérfluas, simplesmente porque é sepê bem comprar mais caro... Lamento, mas complica-me o sistema. E de tal forma assim é que, há dias, fui comprar um aquário para a minha tartaruga, e uma senhora dirigiu-se a mim e à minha namorada e perguntou-nos: "Os senhores já têm cartão do El Corte Inglês?", ao que nós respondemos: "Não.". Bom, não vos passa pela cabeça a cara que a senhora fez e o olhar que nos lançou. Mas foi ainda pior quando, após nos perguntar se estaríamos interessados em subscrever o tal cartão, lhe respondemos que não. Nessa altura apercebemo-nos que estávamos completamente fora "daquele círculo". Nunca seremos "bem"...
Eu concordo que utilizem cartões de crédito. Fazem falta, é um facto. Causa-me alguma confusão é que o façam de forma insustentada e insustentável.
Mas enfim, são estes os valores que actualmente acompanham a nossa sociedade.
Cá eu, tentarei sempre ser respeitador e educado. Se pelo caminho tiver oportunidade de adquirir um BMW (em particular o 123, adoro), também agradeço.
Mas ainda vos posso dizer mais. Durante um ano sensivelmente, fui operador de caixa numa loja de bricolage (e sim, com o mesmo orgulho com que sou advogado estagiário). Não vos passa pela cabeça a quantidade de pessoas mal formadas que por ali passavam, mas que se arrogavam no direito de o serem, simplesmente por não estarem do lado de dentro da caixa. Era de tal forma, que sempre que um amigo meu se dirigia à minha caixa e me perguntava pelo meu curso de direito, a pessoa que eu estava a atender, mudava imediatamente de atitude... Mas, o que vale, e apesar dos princípios e valores destas pessoas serem o que são, iam para casa no seu BMW...
Acho bem que toda a gente tenha um BMW, um Mercedes, um Audi. Mas considero mais importante dar-se prioridade à humanidade, ao civismo, ao respeito...
Meus amigos, deixo-vos com os votos de que todos nós sejamos justos com o próximo, respeitadores dos nossos vizinhos, e honestos para connosco.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cantas bem mas não me alegras....


Estou neste momento a assistir ao debate da RTP1 entre os vários candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Partidarismos à parte, a verdade é que todos eles dizem o mesmo. Não consegui ainda entender quais são os programas eleitorais de cada um deles. O programa não tem passado de um lavar de roupa suja, como aliás começa a ser habitual. Na realidade, os únicos candidatos que frontalmente assumiram as suas posições face a uma possível eleição, foram os representantes do PSD, do PS e, por incrível que pareça, o PNR.

Bom, foi apenas um desabafo. Não quero por forma alguma tomar aqui qualquer partido.

O ponto fulcral do debate tem sido a obra do Terreiro do Paço, bem como as consequências que a mesma tem tido para os comerciantes.

Eu tenho uma palavrinha sobre os comerciantes:

Actualmente resido em Lisboa. Há pouco tempo iniciei o estudo desse belo instrumento que é o saxofone. Num belo sábado à tarde, quis comprar alguns materiais de que precisava para o saxofone. Surpresa das surpresas, todas as lojas de música em Lisboa estão fechadas entre as 13h de sábado e as 9h30m de Segunda-feira. Ai ai a crise, que não vendemos nada. Basta irem à Baixa para verem a quantidade de turistas (não só estrangeiros) que por lá passam todos os Sábados e Domingos, e a quantidade de lojas que estão abertas. Ai ai as lojas dos chineses... Pois é. NewsFlash: essas lojas estão abertas todos os dias... Mas posso dizer mais:

Eu saio do trabalho todos os dias por volta das 18h30, 19h. Caso queira ir a uma loja de música (por exemplo) comprar seja o que for, não posso. As lojas estão fechadas. Terei de ir Sábado... de manhã apenas.

Óbviamente que poderão contrapor com o facto de existirem poucos habitantes em Lisboa. Tal facto promove a inexistência de comércio durante os fins-de-semana. Concordo, em absoluto. Mas vendo bem, o número de habitantes em Lisboa atinge os 100 000. Será que estas pessoas são obrigadas a ir para um Centro Comercial aos fins-de-semana? Eu não vou.

Será que estes 100 000 Lisboetas não poderão ao fim-de-semana deambular pelas ruas da sua Cidade encontrando no seu trajecto lojas abertas? Ai ai que ninguém compra... Claro que não!!! Mas qual é a dúvida? Quando termino a minha jornada de trabalho e quero ir a uma loja, não posso... Estão todas fechadas... Aos fins-de-semana, altura em que posso ir seja a loja for, estão fechadas... Não tenho o direito de dormir mais um bocadinho aos Sábados?

Meus senhores acordem. O problema de Lisboa, aliás, comum a todo o País, é um problema de mentalidade. Não pensamos a longo prazo. Queremos ter dinheiro sem ter trabalho. Ideia da qual não discordo. No entanto, todos nós já percebemos que só os mais geniais dos caloteiros o consegue fazer. A maior parte das lojas emprega duas ou mais pessoas. Porque não dividi-las por turnos rotativos aos fins-de-semana. Querem re-habilitar Lisboa? Comecem as próprias pessoas a fazê-lo. Não se encostem ao negativismo tão característico do povo Português. Melhor: não se encostem à culpabilização do Estado pela situação do País. Como diria JFK: "Não perguntes o que o teu País pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer pelo teu País."

Vamos revitalizar a Baixa Lisboeta. Vamos votar por Lisboa.






domingo, 27 de setembro de 2009

Dia de S. Eleger...

Estava um lindo domingo de sol. Eu e a minha namorada lembrámo-nos de ir almoçar e depois ir dar uma volta. Almoçámos pelos lados do Cais do Sodré e depois fomos passear ao Castelo de S. Jorge. A tarde foi extremamente agradável não só pelo clima, como também pela companhia. Entretanto lembrei-me de telefonar a um amigo que mora para os lados de Alfama para vir ter connosco. Conversámos sobre tudo e, inevitavelmente, sobre as eleições (já se perguntavam o que é que o título teria que ver com o texto não era?). Perguntou-me: Em quem é que votaste?
Reparem na pergunta. Não foi "foste votar?". Foi "em quem votaste?".
Lembrei-me de escrever este texto, não dedicado à vitória (ou não) do PS, ou à derrota do PSD, nem tão pouco em homenagem ao deputado eleito na Madeira (por muito que seja matéria de homenagem). Escrevi este texto em homenagem à abstenção.
De facto, é algo que não consigo compreender. Os cidadãos, os eleitores, estão descontentes com a política prosseguida em Portugal. Eu também estou. E o que fui fazer? Votar. Em quem? Em quem me apeteceu. Porquê? Porque não me identifico com a política do Sr. Eng.º José Sócrates. Para quê? Para o tirar do Governo. Consegui? Não. E porquê? Porque quase 40% da população portuguesa estava em casa a coçá-los. Mas tenho a certeza que nesta altura estão em casa a chamar nomes à mãe do Eng.º. Pois bem meus senhores. Não têm Direito de o fazer. Não cumpriram o vosso dever. Não deram voz ao vosso descontentamento. Eu imagino que seja complicado sairem de vossas casas e não abrirem a 15ª mini. Mas a verdade é que por cada pessoa que não vota, a percentagem dos principais Partidos aumenta. Caso queiram fazer um breve exercício mental, pensem assim: Se os 40% que não votaram se tivessem dado ao trabalho de o fazer, o PS não teria sido eleito com a percentagem com que o foi, pelo que os deputados eleitos seriam muito menos. Ou seja, haveria menos "vampiros" a quem pagaríamos ordenados através dos nossos impostos.
De facto, se tivessem votado em branco, menos "políticos profissionais" seriam alimentados com o nosso sacrifício económico.
Meus senhores, a questão é esta. Nós pagamos impostos. Eles são pagos com os nosso impostos. Nós elegemo-los e a partir dessa altura perdemos completamente o rasto do que é feito no nosso país. A altura em que voltamos a ter opinião política, excepção feita ao referendo, é 4 anos depois. É nessa altura que deveremos mostrar se concordamos com o destino dos nossos impostos, ou não.
Eu fui votar de manhã. Acordei quase ao meio-dia; tomei o pequeno-almoço; tomei banho (sim, é verdade); peguei no carro e dirigi-me ao local onde voto e... votei; fomos almoçar e depois passear. Ah... Ainda fomos ao pingo-doce (afinal, é domingo...), e depois voltámos para casa para jantar e aguardar ansiosamente pelo resultado das eleições, tal Benfica-Porto. No meio disto tudo, demorei 15 minutos para votar... Perguntam-me: e valeu a pena? Sim, valeu. O meu voto serviu para o PS ter menor percentagem. Poderão retorquir: Mas o PS ganhou na mesma. Ao que responderia: Sim, ganhou. Mas agora imaginem se os 40% de abstenção pensassem como eu...
Se poderia ter ficado em casa e não votar? Sim, poderia. Mas não seria a mesma coisa...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O dinheiro não traz educação...

...Já me dizia a minha mãe... Na altura pensei que fosse algo que todas as pessoas com poucas posses (vulgo teso) dissessem, mas à medida que a vida foi passando, apercebi-me que é uma frase com bastante significado.
Passo a explicar...
Nesta data, eu e a minha namorada, celebramos um ano de "ajuntamento" ou "amantização". Por conseguinte, fomos jantar fora para comemorar. Jantámos num restaurante Japonês onde várias vezes celebramos datas especiais para nós.
Assim que entrámos no restaurante, uma mesa estava ocupada por seis pessoas, entre as quais o "comendador" Joe Berardo. Depressa nos indagámos sobre quem seriam as restantes, mas rapidamente chegámos à conclusão que eram meros vultos.
O jantar correu muito bem, ou não estivesse eu acompanhado da minha maravilhosa cara metade que, graças a Deus, afogou todo o ruído que à nossa volta se estabeleceu. De tal forma era o ruído que um outro casal se levantou das cadeiras onde estavam sentados e se dirigiram à sala das traseiras para aí comerem com algum sossego.
O restaurante não é barulhento, pelo contrário. O problema foi só e apenas um: o "comendador" e sus muchachos.
Para que entendam: conhecem de certeza o barulho que é produzido durante um qualquer jantar de uma turma do secundário num restaurante chinês com o tilintar de garrafas de Casal Garcia e licor de cobra... Aquelas seis pessoas conseguiam produzir bastante mais ruído...
De tal forma que no fim do jantar, a minha namorada chamou o empregado para que lhe relatássemos o desconforto de tal situação: O senhor desculpe, não sei se sabe quem está sentado naquela mesa, mas é alguém bastante relevante no plano económico deste país. Ao que responde o empregado: Pois, diz que sim. Mas o dinheiro não traz educação...
Peço desculpa, mas acho que ainda não perceberam... Estava uma muchacha com o "Jo" que parecia simplesmente que após ter estado em casa na árdua tarefa do auto carinho, se esquecera completamente de retirar o objecto de prazer do sítio do prazer...
Foi de tal forma que fui obrigado a comparar o senhor (ou o que é) com o arrumador de carros que minutos antes trocou um dedo de conversa connosco. E sim... Era mais bem educado o arrumador...
A minha namorada, numa tentativa de apaziguar os ânimos ainda me disse: Pensei que ele fosse mais gordo. Resposta: Pensei que ele fosse mais educado...
De facto não sei o que terá o senhor andando a fazer pelas Américas, mas acho que só aprendeu a palavra fuck. Ou isso, ou a conversa foi de um elevadíssimo interesse durante todo o jantar...
Como diria a minha mãe, "o dinheiro não traz educação..."