terça-feira, 14 de setembro de 2010

Laços...

A nossa vida não nos pertence só a nós. A nossa vida pertence a quem por ela passa. É preenchida pelas experiências que vivemos e partilhamos, boas ou más, sorrindo ou chorando, amando ou odiando. Mas mais do que tudo, a nossa vida é também dos nossos amigos. Amigos que podem ser familiares ou não. Amigos que podem ser quinhentos como podem ser cinco. Amigos que podem ser as pessoas que estão a ler este texto, ou não. Amigos de copos, ou amigos de ombro. Amigos que nos fazem rir ou que nos fazem chorar. Amigos que deixam nas nossas vidas um rasto de carinho, amor, amizade... Amigos que deixam a sua marca nas nossas vidas, e que nelas perduram até a chama se extinguir. Todas as pessoas por quem passamos, até mesmo no metro sem as conhecermos, deixam em nós a sua marca. Quer porque gostamos do que vemos, quer porque não gostamos. Há no entanto pessoas que se podem afastar de nós durante anos sem nunca partirem. São estas que nos marcam profundamente e é por estas que estamos dispostos a sair de casa quando não nos apetece. É por estas que rimos quando nos apetece chorar. Fundamentalmente, é por estas que nós somos nós mesmos. A verdadeira amizade não dura horas, não dura dias, não dura meses ou anos. A verdadeira amizade dura vidas. O vazio com que nascemos em nossos corações, sem prejuízo de preenchido pelas pessoas com quem contactamos assim que se inicia esta aventura, é preenchido pelas pessoas que por nós vão passando sem nunca partirem. É preenchido pelas palavras que nos são proferidas e que, quando pelas pessoas certas, só necessitam de ser proferidas de seis em seis anos.
A amizade já tem vindo a ser descrita variadas vezes sem nunca conseguir ser explicada. Por este motivo, não quero fazer deste texto um lugar comum. Quero antes deixar uma palavra de amizade, amor e carinho a todos aqueles que me ajudaram a viver durante todos estes anos e que, mesmo que se ausentem, nunca se afastaram de mim. Não precisamos de estar diariamente juntos para partilharmos seja o que for. Não é necessário falarmos diariamente ao telefone para sabermos que nos amamos.
Enfim, qualquer meio de comunicação se torna vulgar e dispensável quando tudo aquilo que podemos dizer pode ser dito num abraço, que mesmo que não seja forte, é teu.