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ALBERNOA
Rodeada pela esverdeada planície
A interessante aldeia (que foi escolhida
Por Manuel Ribeiro para ser o retrato
Bem realista do Alentejo no início
Dos anos vinte do século passado)
Percorreu nesta semana os noticiários
A nível nacional: os oitocentos e noventa
Habitantes sobrelevaram-se exigindo
Um médico em permanência recusando
A deslocação a Beja a pouco mais
De vinte quilómetros de distância.
Com oito habitantes por quilómetro quadrado
(Estando mais de metade no estatuto de
ancião)
Não possui rede de transportes local mas com
orgulho
Exibe um Centro de cultura e desporto, Centro
De convívio social e as secções de
columbofilia
E tiro ao alvo da velhinha Casa do Povo.
Muita água tem corrido pela Aldeia e o modelo
Continua semelhante bem impresso
Na realidade social: lutadores,
Exigentes e dignos perante a desdita
Que secularmente os atinge.
Repudiam com ardor as medidas impostas
Por um Governo ausente que lhes esvaziou
As estruturas mas impotente perante o
carácter
De quem, Sol a Sol, soube sofrer lutando.
Neste Portugal actual onde a apatia
indiferente
Enoja quero abraçar esta Albernoa
Que o escritor chamou «Planície Heróica».
Lisboa, 23 de Outubro de 2008
Francisco da Renda
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